Por: Júlio César Anjos
Uma empresa de porte médio estava tendo problemas com clima
organizacional na parte operacional da fábrica. O que era sabido é que alguém
estava conspirando para tal problema acontecer, mas ninguém sabia identificar
quem era o conspirador, já que ninguém dedurava ninguém.
Sem conseguir resolver o problema, um diretor da empresa contratou um
guru do setor de clima organizacional, um senhor sábio que resolvera questões
de tudo quanto é tipo de situação.
O guru chega, observa tudo, descobre que nada está de errado com a
empresa e realmente há uma fruta podre no cesto. Até o guru tem dificuldades em
resolver essa situação, parece tudo certinho, mas os trabalhadores são todos
desconfiados, parece que sempre estão duvidando da empresa e do colega de
trabalha. E isso se dá de forma generalizada no setor.
O guru então pede para que os diretores apontem três líderes naturais –
não os líderes por cargos – para resolver o problema, pede para que os 3
líderes naturais ajudem a resolver o problema.
E assim apareceram os três líderes naturais da fábrica na frente do guru.
Um é esperto, outro é trabalhador e o terceiro é comediante (o alegre que faz
piada). São três líderes diferentes dentro de uma mesma equipe.
O guru explica aos três que o desafio será encontrar o funcionário que
está provocando defeitos na fabricação das peças da fábrica. Os três possuem
maior facilidade em encontrar o sabotador porque os funcionários geralmente não
acreditam no chefe e não dedurariam o companheiro, botando em risco o próprio
emprego.
Um dos líderes naturais (o esperto) pergunta: “o que ganharia fazendo
esse serviço?” O guru explica que tentando encontrar o sabotador e fazendo uma
tarefa, terá uma surpresa no fim do processo.
O guru explica que além dessa tarefa, os líderes naturais receberão uma
palavra para cada um, diferente uma da outra, em que cada um tem a sua palavra
que os outros dois não sabem. Cada um receberá uma palavra que os outros dois
não sabem e no fim aquele que juntar as três palavras, junto com o resultado da
outra tarefa terá uma surpresa.
Eles terão um mês para tentar achar o sabotador e um deles apenas tem que
juntar as três palavras. Àquele que conseguir juntar as 3 palavras, contactará
o guru, falará as palavras a ele, ganhará um presente.
E assim se passou o mês, os três trabalharam normalmente, tentaram achar
o sabotador, até que chegou o dia do prazo final. Dois líderes não conseguem obter êxito e nem vão conversar com o guru, apenas um dos três vai até o guru,
bate na porta e pergunta se pode entrar: o guru responde que sim.
O líder natural que se apresenta é o trabalhador, explica para o guru que
não conseguiu achar o sabotador, mas conseguiu juntar as três palavras. E falou
para o guru sorridente: homem, fábrica, produção. O guru ficou feliz com o
resultado e deu ao líder trabalhador um relógio caro. O trabalhador sai feliz e
contente com o presente.
Momento depois veio o diretor de a empresa saber se o guru conseguiu
resultado e eles têm a seguinte conversa:
- Guru: Demita o líder trabalhador.
- Diretor: Mas por que? É o melhor funcionário do operacional!
- Guru: Ele é o líder que está fazendo o problema do clima
organizacional. Como é um homem trabalhador, os outros funcionários vêem como
um homem de fibra, um homem forte e que nunca deixará a equipe na mão. Sempre
responsável, tem o apoio dos outros funcionários que criam uma espécie de moral
e ética, acreditando em tudo o que ele diz. Ele é um ótimo trabalhador e também
um excelente conspirador, consegue manipular os outros colaboradores porque é
confiável, não é nem esperto no sentido de malandro como o outro líder e nem
engraçado no sentido de bobinho do outro líder. Ele é um líder de resultados e
utiliza dessa liderança para provocar o caos no chão de fábrica.
- Diretor: Mas a troco de quê ele faria isso?
- Guru: Ele não quer mais trabalhar desta forma alucinante que ele
emprega, ele quer manter a fama de trabalhador, continuar com essa liderança,
mas trabalhando menos. E como fazer para trabalhar menos? Fazendo todo mundo
produzir menos através de boatos e falácias. Está aí o motivo do problema de
clima organizacional.
- Diretor: Ele está demitido. Como você chegou até ele?
- Guru: Porque eu soltei um boato, falando que tinha um sabotador
estragando as peças na produção e que um deles tinha que achar o sabotador.
Depois criei um desafio aos três, dando uma palavra para cara um e no fim quem
juntasse a palavra ganharia uma surpresa. Dei um relógio de presente a ele por
ser um ótimo líder, mas a surpresa mesmo seria a demissão, já que um líder que
consegue tirar duas palavras valiosas de outros dois líderes, ele consegue
fazer o que quiser no chão de fábrica.
E a empresa retomou as atividades normalmente. O clima organizacional
melhorou e a empresa produz em alta e tudo está ótimo na companhia.
O trabalho Clima Organizacional de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em efeitoorloff.blogspot.com.
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