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Qualidade não tem idade

Por: Júlio César Anjos

Eu tenho o mesmo entendimento que o Fernando Gomes (comentarista esportivo da transamérica) sobre a frase "qualidade não tem idade". Mas diferentemente dele que só joga o bordão no rádio, eu tenho uma teoria.

O jogador de futebol hoje é profissional e não mais amador (segundo trabalho ou bico) como era antigamente, está sujeito a direito e deveres vigentes como a lei Pelé e são precoces quanto ao trabalho (início de carreira).

Um jogador com 17 ou 18 anos já passou por várias provações como finais de campeonatos pelo fraldinha, infantil, juvenil, Junior, etc. Passou por jogos duros, com torcida contra ou a favor, com pressão de técnico e companheiros de atividade até chegar ao profissional, ou seja, está calejado em relação ao ambiente futebol.

Por isso que sou contra a tese de “queimar” o jogador, pois o jogador que é bom precisará somente de um determinado tempo para mostrar que todos os anos anteriores foram ou não jogados fora, junto, é claro, com a sorte que também é um fator determinante na carreira de um profissional. Mas todos nós estamos sujeitos a “sorte” nas nossas profissões e isso é algo natural, normal.

E vamos levar em consideração que um jogador de 17 anos foi “queimado” por um técnico. Bem, então, esse jogador com 17 ou 18 anos terá a certeza que o futebol não é a praia dele e com isso terá condição de buscar outra profissão com um tempo hábil a recuperar, e isso é melhor do que queimá-lo aos 23 ou 24 (nos juniores) e detoná-lo profissionalmente em uma outra carreira qualquer.

E mesmo que “queimem” o jogador no clube, hoje o atleta tem empresários que podem dar uma segunda chance aos jogadores que foram mal na sua primeira exibição como profissional. Ás vezes ficam adiando o acesso do atleta ao profissional por causa deste medo de “queimar” e isso é ruim tanto para o clube quanto para o próprio jogador, que não sabe o potencial do atleta porque o jogador nunca foi testado de verdade.

Portanto, eu até entendo o receio do problema de “queimar” o atleta, só acredito que esse receio pode ser um fator determinantemente negativo ao próprio atleta que vai esperando uma chance e nunca consegue alcançar o sonho porque o medo de queimar trava o próprio futuro do atleta.

Qualidade não tem idade e se viu qualidade em um menino, então faça o favor a todos e deixe o profissional mostrar o talento. E isso vale para outras profissões também, mas salientei sobre o futebol por dois motivos: por causa do bordão do cronista e porque futebol é linguagem do povo.

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