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Os fins justificam os meios

Por: Júlio César anjos


Uma empresa de engenharia faz uma compra de dinamites. A explicação dada para o consumo deste produto se dá pela causa da necessidade de implodir residências antigas, a fim de acelerar o processo de construção de uma casa nova.

Quantidade suficiente, tudo na legalidade, não há nada que desabone o serviço, parece que preenchem os requisitos aceitáveis para ter o direito de utilizar tal produto periculoso. A empresa de engenharia, durante um ano, necessita destas quantidades para dar seguimento aos serviços de construção de casas, pois tempo é dinheiro.


6 meses antes

O mesmo investidor que comprou os dinamites está disposto a ampliar o capital. O cidadão quer expandir os negócios e sujeita até mesmo a crimes para conseguir alcançar os objetivos, que são os lucros crescentes da empresa que administra.

E o investidor entra no crime organizado, na verdade ele organizará o crime que será cometido em uma cidade mediana capital de um estado do sul do país.  O negociador precisará de: recursos materiais, recursos financeiros, tecnologia, informação e controle de toda a empreitada.

   O objetivo do serviço é grande, um desafio nunca antes feito na história daquele país. Talvez nunca feito no mundo. O levante da ação implica em:

1 Roubar 100 agências bancárias na mesma hora, na mesma cidade.

2 Buscar informantes, pessoas que trabalham nas sombras da cidade, agentes que conhecem o submundo do crime. Os informantes devem fazer um mapeamento detalhado, como hora, data e local em que os ladrões ficam ou freqüentam em um mesmo dia. O organizador paga bem os agentes pelo serviço e diz que contactará os agentes daqui 6 meses para fazer um serviço.

3 Contratar 5 agentes que forneçam os ladrões e que consigam obtê-los  à disposição  1 dia antes do levante.

4 Utilizar mais de 200 ladrões de outras cidades (2 em cada banco), para o roubo. Podem ser bons, ruins, etc...  Não importa, o que importa mesmo é obter os 200 ladrões, o que não é dificil de encontrar em um país como o Brasil.

Estima-se que cada agência tenha pelo menos 80.000,00 no caixa, no cofre e nos terminais.

Dando prosseguimento ao plano, o investidor contrata os agentes (o agente não conhece o contratante), os agentes contratam e conhecem os ladrões e os ladrões nunca viram o investidor.

O executivo já comprou dinamites, celulares, mochilas, GPS’s, e já pagou um adiantado aos agentes e ladrões. O executivo também achou um galpão abandonado próximo a cidade a ser atacada, comprou colchões e etc... para acomodar os ladrões um dia antes do serviço, para explicar como será feito o roubo, a que horas e todo o processo da execução do serviço.

Os ladrões, ao aceitar o serviço, ficam impedidos de se comunicar com terceiros e são obrigados a fazer um cadastro, por motivo de segurança do investidor. Todo o serviço será cronometrado, feito no mesmo momento, envolvendo todos os cantos da cidade, para manter a polícia impotente com o levante praticado pelos ladrões. Os ladrões estão impedidos de falar um com o outro e cada um terá um número como nome que variará de 1 até 100


1 dia antes do crime

Todos os ladrões chegaram ao galpão, sem levantar suspeita, cada porção de 5 “profissionais” tinha uma hora especifica no relógio. Os 200 ladrões estão acomodados e escutam as instruções dos agentes:

Todo mundo sairá do galpão com a mochila contendo: Dinamites, celulares com GPS e outras ferramentas para arrombar cofres. O horário da saída do galpão será às 23:00h. Das 23:00h até às 01:00  do outro dia todo mundo deve ter conseguido um carro roubado, seja por seqüestro relâmpago, seja por arrombamento, não importa, todos devem estar com um carro até esse horário. Às 02:00h os 200 ladrões vão aos pontos estabelecidos e cometem o crime no horário exato.

Os planos de gratificação são simples: Os ladrões ficam com quase todo o dinheiro do banco, somente pagará daqui uns dias uma quantia de 20.000,00 que cada ladrão terá que pagar aos agentes e ao investidor, quantidade que significa apenas 5% ao que se espera das estimativas. Cada ladrão fará remessa de 4.000,00 a um país da áfrica, através de compra de importação, no valor de 4.000,00. Para não levantar suspeita, o ladrão pegará algumas pessoas diferentes como laranjas para fazer esse processo.

Haverá também um fundo para retirar os ladrões presos, já que será inevitável a prisão de alguns. Esse fundo sairá ou do próprio ladrão que guardou o dinheiro em algum lugar ou dos agentes que pagarão pela liberdade dos colaboradores. Evitem usar o celular para outro fim que não seja o serviço específico. 

Os agentes e o investidor não estarão no Brasil, vão viajar no mesmo dia que acontecerá o serviço, para que se tenha uma maior segurança da empreitada. Os ladrões vão mandar as remessas para o país onde os agentes estão. Os agentes se comunicarão através do telefone fornecido e estão em um país onde não tenha acordo de extradição com o Brasil. Já o investidor estará em outro país e se comunicará com os agentes tempos depois de tudo estar resolvido.

Dia do roubo

Assim como antigamente ladrões bárbaros atacavam em massa uma pequena cidade, aos bandos, de uma só vez, mostrando o caos, nos dias atuais os 200 ladrões farão um ataque sincronizado, o que dificultará a efeciência da segurança, já que no Brtasil a defesa é colocada em segundo plano.

Os ladrões começam roubando os carros, alguns atacam com animosidade, outros preferem ser indiscretos, mas todos conseguem roubar os carros e ninguém é pego pela polícia neste momento. Até agora o plano está perfeito, ninguém se dá conta do que está por vir.

Os 200 ladrões, de 2 em 2, atacam as 100 agencias em todos os cantos da cidade de Curitiba, praticamente 1 agencia por bairro é atacada (Curitiba tem 75 bairros) pelos ladrões, as explosões, a violência, sincronizada, o caos formado, fazem o departamento de comunicação da polícia entrar em colapso, é tanta ocorrência semelhante que o efetivo da polícia não dará conta nem de 20% das chamadas.

Os criminosos explodem os cofres, retiram o dinheiro e saem com o carro para fora da cidade, como o combinado. Somente 2 carros (4 ladrões) são presos de imediato, o restante consegue, pelo menos por hora, escapar da cidade e da polícia sem problemas.

 Mas nem todos os ladrões são profissionais, alguns são burros e deixam pistas, outros caem na hora de fazer a remessa para o exterior porque não usou laranja, e outros caem porque mostraram extravagância e chamou a atenção. Mesmo assim 160 ladrões conseguiram fazer a remessa e viver feliz com a grana que conquistaram, uns conseguiram mais de 1 milhão, outros um pouco menos, mas a média de R$ 800.000,00 por agência estava certa.

Os agentes ficam felizes em receber um valor gracioso, conseguem um bom dinheiro por fazer a intermediação entre o investidor e os ladrões e ocultar a identidade do chefe da quadrilha. Os agentes se reúnem em uma sala entregue pelo embaixador daquele pais que eles estavam fixados para conversar com o executivo do levante.

Após o assalto

Os ladrões vão falar dos agentes, afim de denunciar o esquema,  mas os agentes estarão fora do país e não poderão ser presos porque foram para um país que não tem acordo de extradição.

Os ladrões não pegos fazem remessas ao exterior, no valor de 4.000,00 pela compra de produto por sistema de importação simples, com pessoas diferentes, cada ladrão fará 10 remessas, pagará 40.000,00 para os agentes e o investidor. Aquele que não pagar será denunciado e perderá o dinheiro da ação.

Medida de saída de emergência da cidade pós assalto:

Os ladrões terão que seqüestrar um pessoa para utilizar o autmomovel, fará seqüestro relâmpago com o carro e utilizará até sair da cidade. Em outra cidade utilizará outro veículo roubado e assim vai fugindo da polícia.

Os ladrões terão que sair da cidade e ir morar em todas as regiões do país.


Há um terceiro evolvido, alguém que só o informante sabe, acaso dê algum outro problema.

Resultado da investida

Toda a ação termina bem, 80% dos bancos não são esclarecidos todo mundo sabe a ação, mas não sabe quem é o investidor, só se sabe dos agentes que contrataram os ladrões para atacar de uma só vez.

Objetivo do levante

Com a poeira baixa, os agentes se confraternizam para falar com o investidor, através de videoconferência. O investidor aparece com um capuz para não ser identificado via vídeo e parabeniza a ação.

Um agente fica intrigado com o investimento feito e o retorno que pareceu não ser satisfatório. O investidor ri, e explica isso:

Já se passou 1 ano da ação, naquela época a cidade estava com uma luta acirrada para escolher entre dois prefeitos, o da situação e o da oposição. Provocou-se o caos para fazer a rejeição do prefeito da cidade aumentar. O prefeito da oposição venceu, e agora o investidor ganhou todas as licitações com a pequena empresa de engenharia que dispõe. Maior investimento que esse, impossível.

O investidor após explicar tudo, manda matar todos os agentes para fazer a limpa.

O investidor volta a cidade, aperta a mão da pessoa que fez prefeito, e sorri para toda a imprensa e a mídia.

O atual prefeito faz a primeira promessa:

Incentivar a cidade do país que achou os agentes e mataram eles, pois não se faz isso com uma cidade progressista como aquela.

 E todo o povo aplaude.

Os bandidos tomaram conta do poder.

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