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O equilíbrio da eleição presidencial de 2010

Por: Júlio César Anjos

A eleição presidencial de 2010 foi vencida pela candidata da situação, no segundo turno, em ampla vantagem, com quase 15 milhões de votos a mais que a quantidade de votos computada pelo concorrente da oposição. Vitória esmagadora? Não é bem por aí...

Se a vitória fosse esmagadora, a eleição teria sido decidida no primeiro turno. A eleição do segundo turno serviu para mostrar alguns detalhes, pequenas situações que refletem a composição de uma eleição. O que se sabe é que há eleitores fieis: àqueles que votam no primeiro e no segundo turno ao mesmo candidato (caso dos eleitores da Bolsa Família); e àqueles que mudam a opção de voto, os flexíveis, como é o caso dos eleitores da Marina.

Sabe-se que hoje a eleição presidencial não é tão pura e simples como se pensa, há variáveis que impedem que um dado grupo consiga votos, como é o caso da oposição na fatia dos eleitores bolsa família (Figura).

Figura:



 Se há flexibilidade entre o primeiro turno aos eleitores da Marina, o mesmo não acontece com os  votantes que compõem a bolsa família. Esse grupo de eleitores é fragilizado pelo terrorismo e chantagem elaborada pela situação (governo), pois inicia boataria nas pessoas, criando demônios que não existem. O jogo do governo (situação), na eleição, cria cenários sombrios que assustam qualquer um, falam que a oposição vai acabar com a assistência (sendo que quem implantou tal sistema foi a oposição), e também utilizam da chantagem, dando a entender que sabem quem vota e quem não vota no governo, e, sendo assim,o assistido poderia perder um direito adquirido.

Eu não condeno os eleitores da bolsa família votar na situação (governo), ao contrário, eu até incentivo que façam isso, porque a guerra mental, em época de eleição, é uma atitude desumana. Só estando no coro da pessoa fragilizada, pobre, e sem condições psicológicas para saber o que se passa nestes momentos cruciais. Portanto, esse grupo seleto será sempre fiel em votar na situação (governo), o que não é errado.

Neste momento, o leitor deve estar fazendo cara feia, já que computei a totalidade dos recebedores da bolsa família como eleitores do governo. Mas, veja bem, as variáveis dos votantes, que pertencem à bolsa família, se anulam entre Exceção e Efeito Multiplicador:

1 - Se de um lado há a exceção, em que um membro da Bolsa Família deixa de votar no governo, seja porque não gosta do partido, ou perdeu o benefício (parcela muito pequena), ou porque nem título para votar tem...

2 - Do outro lado existe o efeito multiplicador. Uma família beneficiada tende a agraciar o governo, pois uma família pode conter pai, mãe (pai e mãe são dois votos) e filhos. E, se o filho crescer, também poderá ser um eleitor do governo no futuro (Exemplo, se um adolescente recebeu benefício no começo do governo Lula, pela família, hoje o jovem tem título de eleitor e certamente vota na Dilma ou no PT, criando um exército de eleitores). 

Então eliminei a "exceção" e o "efeito multiplicador" e deixei na totalidade de 1 para 1.

O que houve, então, foi uma mudança no sistema, antes o que mandava era somente a máquina pública, hoje qualquer partido que seja da situação sai com 10% (devido aos beneficiados da bolsa família) de vantagem aos demais concorrentes na corrida presidencial. O único ponto positivo é que não importa se é partido A ou B, daqui pra frente quem estiver na situação sairá com os 10% de eleitores, pois essa parcela eleitoral tende a ser fiel ao governo.

O candidato do atual governo também possui vantagem eleitoral por comandar a máquina pública. O poder e o dinheiro são compostos que ajudam um candidato vencer uma eleição presidencial, pois chantageia, cria terror e barganha postos de trabalho com os dependentes de cargos públicos.  Ser candidato do governo é auferir cargos comissionados (a permanência deles), auferir garantias monetárias ou não, atender necessidades daqueles que estiveram juntos nas eleições. Hipoteticamente coloquei como 2.000.000 de eleitores a quantidade de pessoas que votam pela manutenção do atual governo, pressionados pela máquina pública, mas não me surpreenderia se fosse mais. Sem falar no inchaço da máquina pública na era do Lula, mais de 500 mil funcionários contratados pelo governo. É muita gente...

Agora, analisa comigo, aumentar a quantidade de pessoas atendidas à bolsa família é bom ou ruim? Pelo quadro econômico é sinal de problema, já que o interessante é tornar o país rico e fazer com que todos nem precisem mais de bolsas. Já pelo lado social é bom porque está atendendo mais pessoas que são necessitadas. Eu fico com a primeira opção, mas a segunda capta mais votos.

A eleição eleitoral, tirando os fatores que beneficiam a situação, mostrou que o pleito não acabou com uma vitória esmagadora do governo, o que deu para perceber foi que há vantagens em ser candidato da situação e as vantagens se condensam, às vezes, em vitória na urna. Mas se tirar a vantagem, nota-se que a eleição foi quase que um empate técnico.

E vem aí a urna biométrica, mais uma ferramenta de terrorismo e chantagem na cabeça dos bolsistas, já que o governo estaria com uma alta tecnologia e poderia saber quem votou e quem não votou em partido A ou B. Os petralhas não fazem nada por acaso.

Termino com a seguinte frase: "Eu sou responsável pelo que eu falo e não pelo que você entende!"



Inchaço da máquina pública:
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/com-quase-500-mil-funcionarios-estatais-lideram-inchaco-da-maquina-na-era-lula/

Quantidade de beneficiados pela Bolsa Família:
Fonte: http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/noticias/2011/fevereiro/bolsa-familia-chega-a-12-9-milhoes-de-familias-e-atinge-meta-de-atendimento

Números eleição, Dilma x Serra:
Fonte: http://eleicoes.terra.com.br/apuracao/2010/1turno/presidente/

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