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Isonomia da mídia e responsabilidade do jornalista

Por: Júlio César Anjos
  
A mídia possui muitos vácuos a serem preenchidos tanto na esfera equitativa quanto na área legal. Há vários problemas neste setor trabalhista que torna uma espécie de campo refugiado, um lugar que não é levado a sério, menosprezado por não ser correto, apesar de ser uma área essencial para a sociedade.

Os problemas na mídia são agravantes porque nascem da falta de regulamentações, de leis, e de pessoas íntegras que, na maioria das vezes, confundem o público com o privado, a opinião, como uma pessoa qualquer, com a de um formador de opinião, deixam transparecer, às vezes, o ponto de vista e destilam a idéia mesmo assim, ferindo a coerência dos argumentos e a isonomia das teses.

A mídia hoje é amparada pelo capitalismo. A venda de espaços hoje não está relacionada à inserção de propaganda na página direita da revista, ou nos 30 segundos que cortam o jornal da TV, mas do espaço do posicionamento em cobrir uma matéria, se posicionando para o lado que estimula o bolso do jornalista e da emissora. A omissão também é um artifício usado para auferir provimentos, pois ser de um conglomerado formador de opinião, faz com que a omissão de algo errado, e que venha a ser escandalizado, seja abafado pela falta de cobertura da matéria. Porém, quem obriga a pauta da matéria é o chefe e não o jornalista. A regulamentação do jornalista daria autonomia e responsabilidade na matéria a ser publicada e jogaria a culpa diretamente a quem assinasse o artigo, ou seja, o próprio jornalista seria responsabilizado pelo que escreve.

Algumas coisas já existem na carta magna da nação, a constituição assegura pelo menos alguns direitos como, por exemplo, o artigo 220 da CF (não entrarei em detalhes). Mas mesmo com alguns direitos assegurados, a lei dá margens para manipular a própria lei e, de alguma forma, não atende a necessidade do direito ao cidadão, pois não há algo direto e sucinto que se faça cumprir.

Hoje há muitas vagas nas universidades para jornalistas, mas não há nada que assegure o jornalista a exercer a profissão dele sem ser incomodado por outros aventureiros que não possuem nem mesmo formação superior. Cria-se, então, uma miscelânea - uma terra de ninguém -, em uma área que deveria ser bem organizada e respeitada.

A legalidade do jornalista deve ser aprovada para que o cidadão possa saber quem escreve em uma pauta de jornal, sendo o jornalista responsabilizado pelo o que escreve. O jornalista também teria o direito garantido a exercer a profissão e não ficaria refém de outras profissionais oportunistas que roubam a cadeira dos jornalistas a todo instante, por causa da falta de regulamentação. A regulamentação do jornalista seria boa tanto para o profissional da área quanto para o cidadão que quer a informação mais próxima da verdade.

A mídia só é bagunçada porque alguém está satisfeito com essa situação. Alguém não quer que a mídia seja organizada, íntegra, austera... Esse alguém quer é a bagunça porque a bagunça esconde a verdade e deixa tudo no ar, sendo que quem tem que descobrir se é verdade ou não tal informação é o assistente, pois o emissor faz o que quer hoje em dia. E não estou dizendo que a mídia deve ser regulamentada pelos moldes petralhas, digo que alguns direitos e deveres devem ser inseridos na constituição, justamente para a mídia não manipular mais informações e/ou vender omissões.

Esses já seriam grandes passos para melhorar a comunicação “social” no Brasil.

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