Por: Júlio César Anjos
O dia-a-dia corresponde ao fato, estudo não garante sucesso, quem possui
esclarecimento maior está em vantagem para conseguir êxito social, porém estudar
não significa vencer na vida somente por ser instruído.
Analfabetos são presidentes e legisladores, empresários são xucros, os
herdeiros são bagunceiros (baladeiros) e a massa, a maioria, enfia a cabeça nos
livros, se mata de estudar, para satisfazer os interesses dos mais espertos,
pois precisa sobreviver – se alimentar, se vestir, se divertir....
Vendo essa inversão de valor, eu pergunto: Até que ponto vale a pena
estudar?
A imprensa já registrou casos de graduados em mestrado fazendo concurso
para gari, profissão que não comunga com a instrução, futuros professores
trocando o lecionar pelo limpar, o que, a meu ver, é trágico.
Na minha ínfima opinião o país todo perde com essa mobilidade excêntrica profissional,
pois canaliza qualificação em um ramo que não precisa de tanto conhecimento, e
o ramo que precisa de esclarecimento não é abastecido porque outro ramo furtou
tal profissional que lá deveria estar, perfazendo a miscelânea laboral.
Alguém chegará a mim e dirá: “Mas só os adaptáveis sobrevivem, é a lei da
natureza”. Mas a natureza é inflexível em dado momento, pois um cervo nascerá Cervo e nunca conseguirá, através do meio, garras e músculos como
a de um Leão. Já na nossa sociedade, dá para um Cervo ser Leão e um Leão ser
uma Girafa e etc, pois nós temos conhecimento, sabedoria e somos racionais.
Mas nem todo ser humano utiliza conhecimento, sabedoria e a razão, pois, através do
sentimento pacifico, os instruídos preferem viver acreditando que o mundo
melhorará - ao estilo Cavalo Sansão da revolução dos Bichos - do que ver a
verdade: Os malandros não possuem escolaridade, mas sabem o comportamento dos
instruídos, pois a natureza deles é a malandragem. Os malandros estão um passo à frente no quesito esperteza comparado aos esclarecidos inocentes.
A malandragem é, então, a poção mágica que faz uma pessoa diplomada ser
subserviente a outra que não é diplomada, pois um esclarecido se sacrifica
todos os dias, criando, inovando, moldando, mudando os rumos de uma empresa e/ou nação, para um patrão ou um
presidente analfabeto qualquer.
Hoje mesmo há vários concurseiros neste exato momento lutando por uma
vaga, no mesmo molde de disputa dos espermatozóides em busca do ovário. Não há vaga
para todos, mas aquele que conseguir o objetivo fecundará profissionalmente.
E os outros? Ah, aos outros eu darei um conselho: "Estudo não dá dinheiro,
o que dá dinheiro é carrinho de pipoca".
Ser profissional liberal, autônomo, o próprio chefe de serviços é a saída
para os milhões de formados deste país que estão passando sufoco, como se
estudo fosse uma punição e não uma vantagem.
Mas essa válvula de escape da autonomia tem que ser aberta, senão haverá um amontoado
de sonhadores que pouco concretizarão os objetivos, porque o governo não
entende e não atende a reivindicação desta parcela da população. Haverá canudos de mais, qualificações de menos, e muita gente sem saber o que fazer profissionalmente. Então, o governo deve regulamentar e regularizar os rumos da educação e do empreendedorismo.
Falando em política, há a necessidade do eleitor obter malandragem para saber em quem
votar, o primeiro passo é ignorar políticos menos instruídos, que não entendem
nem o que estão fazendo ali e a importância de tal cargo. Fazendo isso, os esclarecidos sabem que estão dando mérito a quem merece, e estará sendo malandro em cima dos malandros menos instruídos. Por fim, termino com a sábia frase do Ruy Barbosa:
“Há tantos homens burros mandando em homens de inteligência que, às
vezes, fico pensado: que a burrice é uma ciência”.
O trabalho Estudo; Pipoca; e Dinheiro de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em efeitoorloff.blogspot.com.
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