Por: Júlio César Anjos
O cidadão, ao votar, cria uma espécie de procuração em branco para o candidato
escolhido inserir as informações em tal documento factício, que foram previamente
concordadas, em forma de propostas e orientações.
Quando o candidato é eleito sob uma chancela de propostas, idéias e posicionamentos, o mínimo a esperar é que os
pensamentos de outrora sejam iguais aos posteriores da eleição, porque a
confiança foi avalizada pelo leitor que espera honra nos compromissos firmados.
A traição que um candidato comete ao eleitor é de tamanha brutalidade que
deveria ser caçada a procuração de confiança, ou seja, o voto, que tal setor da
sociedade concedeu antes do poder auferido ao eleito. Mas os mecanismos da
sociedade inibem e impedem que a destituição por quebra de honra seja imposta
por aqueles que se sentiram traídos. Quem destitui é justamente o colega de
profissão, o parlamentar eleito no momento, e, como um clube de cafajestes, cria
um mecanismo de defesa entre eles, ao ponto de aceitarem a corrupção facilmente.
Mas a traição na esfera política é bem mais identificável que na esfera amorosa,
ou seja, há indícios de que tal traição será feita antes mesmo de confirmar o
registro da confiança, o voto. Os sinais são tênues, mas clareiam as vistas do
eleitor, as evidências podem estar relacionadas ao posicionamento partidário do
cidadão, da forma em entender o conceito sobre o que está tentando defender, e
o posicionamento firme sobre questões que o votante acha de grande valia. Os
sintomas de confiança devem convergir com a firmeza em que o candidato
esclarece a idéia, o posicionamento, ou o pensamento sobre tais questões
polêmicas.
As pessoas devem evitar partidos não democráticos, que votam em lista fechada,
impositivos e que forçam a vitória em uma questão polêmica, sem dar ao menos um
amparo legal sobre o assunto, passando por cima de todas as esferas, seja
política ou legal.
Busque informações, crie indagações, se manifeste antes que seja tarde demais,
pois hoje alguns governantes impõem causas polêmicas sem muita preocupação com
a eleição, afinal o pleito está longe de acontecer de volta, porém no futuro correrão
de volta ao povo pedir mais procurações de confiança. Guarde a audácia desses
sujeitos que violaram hoje as procurações de confiança, e exija a quebra de
honra na urna, na próxima eleição que acontecerá em breve.
A amnésia é a única fórmula que dá força para eleitos cometerem atrocidades
e as violações ficarem por isso mesmo, mas hoje temos informações em todos os
cantos pela internet, portanto resgate a memória e vote consciente.
Sugestão: Vote em candidatos do PSDB.
Hobbes (1651):
“Pois tal como à distância no espaço os objetos para que olhamos nos aparecem minúsculos e indistintos em seus pormenores e as vozes se tornam fracas e inarticuladas, assim também, depois de uma grande distância de tempo, a nossa imaginação do passado é fraca e perdemos, por exemplo, muitos pormenores das cidades que vimos, das ruas, e muitas circunstâncias das ações”.
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