Por: Júlio César Anjos
Todos os dias pessoas nascem e morrem em uma velocidade maior do que o
tempo que leva um piscar de olhos, quantidade estatística grande de sujeitos
que vagam pela terra entre a vida e a morte.
Mas, afinal, a morte é somente aquela que acaba em um caixão? Não. Há
mortes prematuras, travestidas de frustrações e decepções que a vida oferta. O
ceifador resgata a vida antes mesmo de o espírito sair da matéria, tornando o
viver somente uma repetição de ações diárias até a natureza indicar que a carne
deverá descansar.
A morte chega quando a conquista sai, acaba. As conquistas estão em todos
os momentos, nas recordações que a memória busca mostrar os fatos que marcaram
o tempo, situações que deixaram com os mais variados sentimentos, como dor, felicidade,
alegria, amor e etc. Os registros feitos durante a vida sendo divulgados
através de mídias como fotos e/ou vídeos, por exemplo, ou através das
recordações que a imaginação flerta com o inconsciente..
As conquistas que são realizadas durante a vida superam os fracassos,
rancores evitados a serem lembrados. As vitórias como troféus esportivos,
diplomas estudantis, casamentos, amizades, e trabalho tornam a vida prazerosa,
uma harmonia dócil que cria uma biografia pertinente às realizações do gozo da
vitória nestas empreitadas, o gostinho especial em vencer algumas vezes.
O falecimento se dá através da incapacidade de conquistas nas situações
rotineiras da vida, em que, por motivos de força maior, o indivíduo é
incapacitado de glorificar-se. A perda dos sonhos por causa de doença, velhice,
falta de animo – como stress e depressão -, são mortes precoces para a maioria
dos homens, pois acabam os ânimos em buscar o melhor através do sonho ou do que gosta.
Triste fim. Seria preferível morrer de repente.
O sintoma da morte aparece quando somente as decepções sobrepõem às
glórias, tornando o sujeito um vegetal que, como um robô, somente faz operações
cotidianas da vida, sem reação, inerte a tudo o que acontece ao redor.
A morte precoce não tem hora pra chegar.
A obra A morte precoce de Júlio César Anjos foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
Com base na obra disponível em efeitoorloff.blogspot.com.
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