Por: Júlio César Anjos
A fusão entre duas empresas grandes sempre haverá pontos positivos e
negativos. As fusões mudam o “status quo” do mercado nacional, o objetivo visa
crescimento, controle absoluto, expansão, e poder, absolutamente tudo o que o
capitalista selvagem quer.
Se a pessoa é capitalista por ideal, a fusão não é vista como um demônio
que se materializa no mercado, apenas vê a transação comercial entre duas
entidades aglutinadas. Já o socialista partidário não só não gosta da fusão,
como blasfema todo o ódio pela ação exercida em tomar conta do mercado e criar
um monopólio privado, pois para o socialista só vale o monopólio estatal.
Os pontos positivos das fusões são de caráter qualitativo e de expansão
global. A empresa grande, que emerge de uma fusão, ganha conceito e um poder mundial (reconhecimento), cria força para concorrer em
outros países e, com isso, busca valor para o país, seja em forma remessa vinda do exterior, e/ou seja em forma de respeito por uma marca forte, exibe uma autoridade respeitável, além de tornar forte o selo brasileiro de qualidade. Como a
empresa é brasileira, a identidade é nacional e com isso nasce mais um
milionário mundial (ou acionistas milionários) e que será mais um player aos
interesses brasileiros, sendo uma muleta para os anseios do governo. A empresa
gigantesca também melhorará oferta/demanda e qualidade dos serviços prestados.
A fusão fará a empresa fornecer uma melhor qualidade aos consumidores.
Os pontos negativos ficam por conta do monopólio e as mazelas da má
distribuição de renda. O monopólio
privado de um grande conglomerado impede o crescimento dos novos entrantes no
mercado, capitalistas emergentes não conseguem fazer o capital crescer por
causa do poder da empresa gigante, criando uma inibição do capitalista emergente no setor de atuação. Os pequenos comerciantes já
existentes sofrem com a concorrência desleal da grande companhia que regula
preços, oferta/demanda dos produtos, praticando até dumping, o que faz o
pequeno comerciante não agüentar e, em conseqüência, falir. A concentração da riqueza impede uma melhor distribuição
de renda, com o resultado de aumentar a desigualdade social de um país, sendo
que poucos são muito ricos e o restante é muito pobre. E a grande empresa
possui um maior poder de barganha aos fornecedores, obriga o fornecedor se
adaptar ao conglomerado e não ao contrário, o que seria mais justo e certo, o
conglomerado se adaptar aos interesses dos fornecedores.
Eu, particularmente, sou favorável a fusão, desde que seja regulamentado
e tenha que cumprir regras pré-estabelecidas, como, por exemplo, não praticar
dumping, não chantagear fornecedores e não controlar o mercado da forma
selvagem, como qualquer empresa gigante faz atualmente.
O problema não é a fusão, mas a falta de controle e gerência do governo
em inibir, e até mesmo impedir, extravagâncias deste novo gigante que emerge. Sim, o
problema da fusão não é a empresa ser grande, mas a ingerência do governo em não
defender o interesse do povo, pois o que interessa é a sociedade ser
beneficiada pela fusão e não governantes corruptos, ineptos, serem agraciados porque
só querer se enriquecer a custa do próprio povo, ficando míope sobre todas as consequências que podem vir a ocorrer - tanto positiva quanto negativamente - em uma fusão que cria um monopolista selvagem.
A obra Fusões de Júlio César Anjos foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
Com base na obra disponível em efeitoorloff.blogspot.com.
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