Por: Júlio César Anjos
O Governador Sergio Cabral criou cotas raciais para concursos públicos no
Rio de Janeiro. A alternativa visa corrigir uma “reparação histórica para com
os negros”.
Após a oficialização de tal medida, os prós e contras pipocaram na
sociedade, a repercussão de uma decisão tomada sobre um assunto polêmico. São
várias versões, muitos pontos de vista, exageros em defesas e ataques sobre a
pauta do dia: Cotas Raciais.
Mas o que faltou nesta agitação
toda é a falta de raciocínio analítico e crítico. As cotas servem para quê?
Para igualar condições até dado momento e, após conclusão do planejamento,
retira-se a cota para tornar a sociedade igualitária e justa. Pensar que a cota
será eterna é promover a desigualdade, o benefício racial e a segregação de um
povo pela cor.
As cotas já existem no âmbito estudantil, e tal medida foi tomada para
“reparar uma dívida histórica” que o Brasil tem aos negros. Lembro-me que
quando teve início a inserção das cotas estudantis, os argumentos eram que a
cota faria o negro ter acesso à educação e poderia concorrer de “igual para
igual” no mercado de trabalho e em concursos públicos.
Já está em amplo funcionamento a cota racial para ensino superior, via
vestibular federal. E muitos jovens negros são aprovados, diplomadas, formados
a exercer uma profissão como todos os outros membros de classe não cotistas que
conviveram com os alunos cotistas durante todo o período letivo. É ululante crer
que um estudante formado na Federal está mais preparado para enfrentar
concursos públicos pelo Brasil afora com vantagem de intelecto, até porque
consumiu conhecimento de professores altamente qualificados, sob uma
instituição forte e que exige a excelência.
Ora, se o objetivo embrionário das cotas raciais estudantis era promover
a educação em uma dada cor de pele, e mesmo assim a sociedade vê cotas sendo
ampliadas para quadros estatutários de concurso público, então há indícios de
piora no ensino público federal.
O decreto do Sergio Cabral mostrou, de forma velada, a fragilidade do
sistema estudantil público brasileiro.
O governador do Rio de Janeiro
não provocaria uma segregação se não acreditasse em um ensino público federal
fraco, com as cotas estudantis sendo medidas paliativas e, por isso, teria que inserir cota em concurso público por entender que o ensino brasileiro está defasado, e
não corresponde como um curso preparatório nem para o concurso público e nem
para a vida.
Sérgio Cabral acabou de deflagrar o caos do ensino público brasileiro.
COTAS = APARTHEID.
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