Por: Júlio César Anjos
O músculo se contrai, os dentes ficam cerrados, os nervos aparecem à flor
da pele, a coloração da pele muda, o coração bate mais acelerado, o cérebro não
atende a razão, a boca profere e solta tudo de uma vez através das cordas
vocais, que quase estouram o tímpano de outrem. Sintomas da raiva.
Todo mundo já ficou com raiva, sentimento normal e que às vezes é
extravasado por impulso, sem planejamento ou razão. Mas, na verdade, a raiva é
algo que pode ser controlado e até mesmo refutado na vida daqueles que entendem
que tal sentimento não resolve nada.
Em qualquer decisão que seja tomada no impulso, e com a emoção atrelada
na questão, torna o resultado negativo. Como dizia Beijamin Fraklin: “Tudo o
que começa com raiva, acaba em vergonha”. Nunca na minha vida vi alguém
resolver um problema na base do rancor, do ódio da desagregação.
Os embates que acontecem durante a vida fazem com que a pessoa que tenha
raiva cometa erros como proferir ofensas a outrem, agredir fisicamente o
oponente, e perder amizade e/ou confiança dos familiares e amigos. O sujeito
que está com raiva não percebe que junto desta emoção está embutida a verdade escondida, a realidade
omitida e os pontos de vistas não divulgados. È na hora da raiva que a pessoa
mostra o lado negro da vida.
Se você sente raiva do marido (esposa) não adianta descontar as
frustrações no vasos, nas porcelanas, ou seja, nos utensílios domésticos,
quadrando-os quando há uma discussão em que você não gostou de ouvir alguma
coisa. Além de não resolver nada, ainda tem prejuízo monetário porque objetos
domésticos não são dados de graça nas lojas, são adquiridos através de compra (o
bolso arde). Um divórcio resolve.
Mas se você não gosta do lugar onde vive e tem raiva dos vizinhos, não
adianta fechar a janela com o máximo de força, ou bater a porta quase
arrancando pedaço de reboco da parede, porque às vezes tal medida não abala
somente o vizinho que você odeia, mas incomoda também os outros vizinhos que nada tem a
ver com isso. E quase sempre o sujeito
que você odeia, e que vê a janela e a porta serem arrebentadas através do seu braço,
está rindo em ver tal imbecilidade. Mude de lugar para viver.
Já se você está com raiva do chefe que é um canalha e só lhe dá serviço
ruim de executar, não adianta ficar fazendo conchavo ou gritar na frente dele
porque a demissão será certa e espelhará o fato negativo no ramo que você atua, será queimado
profissionalmente e não resolverá nada. Portanto, peça demissão que tudo fica
resolvido.
A pessoa que refuta a raiva na vida percebe que tudo em sua volta é fruto
das escolhas da vida e não gostar de um lugar pra morar, do marido ou do
trabalho é reflexo das más escolhas feitas nos anos passados, pela própria
pessoa. A raiva não será a borracha que apagará todos os problemas e muito
menos uma varinha de condão que mudará tudo, em que será feita a vontade do
raivoso, logo após a chateação ter florescido.
Quanto mais o individuo fica com raiva, menos tempo tem na vida para
cultivar e colher o amor. Pode ter certeza, o problema não está nos outros.
A obra Raiva de Júlio César Anjos foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não-Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
Com base na obra disponível em efeitoorloff.blogspot.com.
Comentários
Postar um comentário
Comente aqui: