Por: Júlio César Anjos
O conceito precoce cria um julgamento equivocado por escassa quantidade
de evidências, fato que tende a obter um erro gravíssimo da falta da verdade. Preconceito
é uma mentira que se torna verdade através da ignorância em não buscar todas as
informações possíveis (dos dois lados), para julgar tal assunto.
Uma criança com menos de dez anos não possui informação suficiente de nenhum lado para
adquirir preconceito, parece até um paradoxo, mas a verdade é que para ter
preconceito é necessário conhecer pelo menos um dos lados (caso conheça os dois
lados e emita uma opinião verdadeira, então vira conceito). Outro fato curioso
é que todo preconceituoso tem esse problema por causa de duas situações: Instinto de defesa; e por bagagem de vida adquirida. É sempre alguma situação através de algum trauma ou uma experiência não muito
bacana com alguma minoria ou outra situação qualquer que cria preconceito.
Um exemplo que pode ser citado sobre a falta de preconceito por uma
criança vem de um filme dos anos oitenta (não lembro o nome do filme agora),
que a cena mostrava uma menina adolescente – de cor branca - encostando a palma
da mão dela junto à palma da mão do irmão menor adotivo – de cor negra – e
perguntando o que o menino via de diferente... O menino olhou bem para a mão
dele colada a mão da menina irmã, e falou que a diferença era que a mão da irmã
era maior que a dele. Surpreendente não é mesmo? Crianças surpreendem pela
inocência, mas dão respostas certas.
Um exemplo verídico que posso dar é em relação ao preconceito que meu amigo tem com Japonês. O meu amigo é um bugrinho da Lapa, vamos dizer assim, foi criado
em plantação, de família pobre, mas honesta. A família dele por parte de pai
era praticamente escrava (não era escrava, mas vivia em condições de escravidão
por causa de falta de educação e etc) de japoneses agricultores que vieram ao Paraná
plantar batata. Detalhe: os japoneses não falavam uma palavra em português
(tinham tradutor) e exigiam trabalho pesado do meu amigo e família, os verdadeiros filhos
do Brasil. Por causa deste regime feudal, meu amigo até hoje tem certo
preconceito com Japonês. Até porque via muitos maus tratos que os patrões
cometiam ao avô bem a frente dos olhos dele, enfim, esse preconceito
tem alguma explicação. É uma raiva que
cria preconceito, que torna todo japonês um crápula, na visão de vida do meu colega.
Mas o preconceito que mais se vê é a respeito de mecanismo de defesa. A
ameaça de algo diferente faz com que o preconceituoso ative a ignorância e utilize
as armas ofensivas para denegrir, rebaixar e até agredir fisicamente o objeto
pré-conceituado. As pessoas que sofrem com preconceito ou são muito bem
sucedidas ou muito fracassadas, não tem meio termo, porque ou encaram tudo que vem pela
frente e vencem ou não agüentam o peso do sistema e caem.
Já vi várias situações de preconceito, chuto dizer que as pessoas que sofrem
preconceito e já foram agredidas por causa de bullyng, racismo, xenofobia ou
qualquer outra mácula do gênero, possuem uma vitória mais limpa, verdadeira.
Parece que quando a pessoa está predestinada a vencer ninguém consegue contê-la
e o preconceito auferido a ele/ela é somente mais um caso negativo que passou
na história de sucesso, é como se fosse mais um exemplo em que a pessoa bem
sucedida (discriminada que passou pela provação) mostra como se tal evento
negativo fosse um troféu.
Mas como diz o Felipe Neto: “todo mundo tem preconceito”. É verdade,
concordo com o vlogueiro, sou preconceituoso em relação as pessoas ignorantes.
Qual é o seu preconceito?
A obra Preconceito de Júlio César Anjos foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não-Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
Com base na obra disponível em efeitoorloff.blogspot.com.
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