Por: Júlio César Anjos
O mundo trilha sempre em determinação aos anseios da humanidade, tudo que foi
construído segue um único objetivo, satisfazer o homem através dos prazeres da
vida. A sociedade caminha seguindo só a satisfação pessoal, confortos que focam
somente o gozo da vida, o relaxamento físico e a conquista do sublime mental.
E a satisfação do prazer é também uma só: alimentar da carne de outrem
através do sexo, da transa, ou qualquer outro nome do gênero. A excitação, a
vontade, e o alívio do orgasmo conduz a corrida capitalista, cria a selva que troca esforço laboral em dinheiro para obter prazeres carnais.
As pessoas acreditam que o objetivo de todos é construir família, ser reconhecido
socialmente, ser bem sucedido no trabalho... Balela! A verdade é que o objetivo
no final de tudo é ter conforto para mostrar status e conquistar o prazer da
luxúria. A corrida pelo libido faz os homens buscarem a melhor situação
individual. Portanto, se você fracassa em ter família, socialmente e no
trabalho, você é um falido sexualmente, mesmo sendo muito ativo e apto para
transar. É a broxada monetária.
Lógico que há o amor, mas essa sensação vem depois do prazer da carne; ou
você acha que o mundo correria desesperadamente atrás de dinheiro, poder,
riquezas, sem aquele gostoso prazer da ejaculação? O mundo seria feio só com
amor, parece paradoxo, mas as pessoas escolhem amor e guerra todo o dia. É só
observar, há muito mais pessoas sexualmente ativas que indivíduos bondosos,
amorosos. Na prática a teoria é outra. O povo, a priori, corre atrás do prazer do sexo e
não de amor. E se o sexo não fosse gostoso, digo que o ser humano seria incapaz
de se procriar.
Essa missão da busca pelo sexo é antiga, vem desde os tempos dos homens
selvagens que batiam com madeira na cabeça da pretendente e arrastavam a cobiçada
pelos cabelos até uma gruta qualquer. Mas a arma de sedução naquela época era o
músculo, a força, a tirania, qualidades que tornariam o ser vivo um homem capaz
de defender a família e ser viril sexualmente. Hoje, o homem consciente dedica
de romantismo e presentes valorosos para registrar a conquista, o dinheiro é a
madeira dos tempos atuais. A tática mudou nesses tempos, é diferente, mas a
busca é a mesma, conseguir a pretendente escolhida no habitat, no meio ambiente, na natureza.
Já dizia Nelson Rodrigues “Não existe família
sem adúltera”. Com certeza a sua casa é uma espécie de monastério da luxúria,
onde em uma fração do estabelecimento - o quarto - acontecem atos pecaminosos
entre duas pessoas (ou mais). Isso é um fato ululante, toda a concepção de vida
está atrelada ao orgasmo.
Mas as pessoas trocam o foco principal do vício embutido pela natureza -
o sexo - para se drogar, ou seja, para chegar ao clímax do cérebro e satisfazer
as vontades através de uma masturbação mental. É o sexo artificial.
Se você tiver comida, bebida, e transa, você está no paraíso, mesmo não
obtendo roupas e confortos materiais. A sociedade cria a roupa, o conforto e
todas as outras tendências porque não há mais a selva do homem primata, que muda o cenário hostil através do sistema monetário e, desta forma, faz girar toda a hipocrisia
material. Não estou aqui influenciando a todos voltarem a serem primatas e
ambientais, só estou dizendo que o foco principal sempre foi e sempre será a
transa.
Nós também fazemos conexões lascivas a todo instante, nos organizando em
grupos de indivíduos parecidos sexualmente. Escolhemos amigos brincalhões ou
porque são parecidos a nós de uma maneira estereotipada, fazendo com que
subliminarmente o sexo também esteja atrelado até mesmo a convicções sociais.
Um rapaz solteiro procurará amigos para a caça em uma boate por dois motivos: 1º - O
amigo mal necessário (feio), que te tira das encrencas, mas faz você atacar as
presas sexuais sozinho; 2º - Aquele amigo com a beleza física e intelectual
parecida com a sua, se juntando em bandos, para obter conquistas em grupos,
atrás do troféu chamado vagina. Mas você atrela laços de amizades não a
conexões lascivas, e sim a afinidades e/ou gostos semelhantes, o que não é
verdade.
A obra Conexões Lascivas de Júlio César Anjos foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Brasil.
Com base na obra disponível em efeitoorloff.blogspot.com.
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