Por: Júlio César Anjos
Vila Nossa senhora das casinhas de pombo, ou, como preferir, vila Nossa senhora da Luz, primeiro conjunto habitacional popular feito em Curitiba, elaborado com minúcia por americanos que criaram um conjunto ao padrão Norte americano. Não deu certo.
Vila Nossa senhora das casinhas de pombo, ou, como preferir, vila Nossa senhora da Luz, primeiro conjunto habitacional popular feito em Curitiba, elaborado com minúcia por americanos que criaram um conjunto ao padrão Norte americano. Não deu certo.
O ano é de 1966, o presidente é castelo Branco e o projeto era a criação
do primeiro conjunto habitacional do Brasil, a Vila Nossa senhora da Luz. O
vilarejo foi criado para um público alvo de pessoas com baixa renda, na época
da ditadura de regime militar. A Vila – como é conhecida hoje por todos os
moradores - nasceu na época que a juventude exigia caminhar contra o vento, sem
lenço e nem documento e a maconha era o fruto proibido da época.
Os anos passaram, as drogas e a evolução humana progrediram (ou
regrediram), o mundo mudou. Hoje maconha nem é tão subversiva assim, já que há
outras drogas devastadoras. A vila sempre foi o ponto de tráfico, que vem desde
a gênese deste pequeno vilarejo. O
fracasso da Vila está diretamente ligada ao sucesso da libertinagem confundida
com liberdade.
Em 1966, no nascimento da vila e uso restrito somente de maconha, havia
várias rebeliões, mas a juventude pobre ao menos tinha uma cara um pouco
saudável. Digo para vocês que a maioria dos pobres eram magros, mas não tinham
cara de defunto como agora. Hoje, o sujeito para um pouquinho para observar a
rua e vê uma vila estagnada e com pessoas mal vestidas, fedidas e tão doentes
que parecem mortos vivos. É o Crack e o efeito devastador na sociedade.
Hoje o jovem por causa do crack, e o efeito colateral que a droga faz,
não conseguem nem sustentar-se nas próprias pernas, quem dirá reinvindicar algo
político a respeito de liberdade e/ou direito. O jovem do crack é igual os
mortos vivos do seriado walking dead, não foge muito do seriado a vida real.
Há uma música chamada: “Como nossos pais”, que possui o seguinte refrão:
“há perigo na esquina”. Na época da ditadura Militar a juventude cobrava o
direito de poder se vestir e escutar o que quiser. Na atualidade há perigo em
qualquer lugar, e a esquina é só mais um ponto perigoso neste sistema perverso
que a libertinagem criou. As pessoas não têm mais o direito de ir e vir e
acabou os direitos de uma sociedade organizada pelo fracasso do estado, que é
conivente com tais erros. Lógico, eles defenderam na época da ditadura a droga
(escondidinho, em forma subliminar) e hoje não tem o porquê exigir alguma
coisa, são coniventes.
Eu sou contra a legalização das drogas, pois propagaria ainda mais a quantidade de zumbis no Brasil inteiro. Apesar de que esses zumbis são dóceis e vivem pacificamente na nossa sociedade, o fato é que alguma atitude tem que ser feita para erradicar os mortos vivos da nossa sociedade, disponibilizando o antídoto chamado serviços públicos funcionais.
The walking dead da Luz de Júlio César Anjos é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
Based on a work at efeitoorloff.blogspot.com.
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