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O Brasil ansioso que nada produz

Por: Júlio César Anjos


A copa e as olimpíadas estão mexendo com o país, o Brasil todo ficou feliz com as indicações, mas até agora muito pouco foi feito para tornar as festividades um sucesso, começando a desapontar as pessoas de um modo geral.

O Brasil possui imensos recursos, seja naturais ou humanos, e desempenhos (empenhos) que podem tornar não só o circo (copa e olimpíadas) em espetáculo de grandes proporções – um sucesso -, mas também pode ser bem sucedido no cotidiano, no dia-a-dia, em infraestrutura e riqueza nacional, tornando desenvolvido o país. O Brasil é um gigante adormecido que ainda não despertou.

Os noticiários veiculam a cada dia projetos, plotagens, esboços, maquetes de estádios modernos e infraestrutura digna de país desenvolvido, que enchem os olhos dos indivíduos que esperam o país avançar e engrenar de vez. Porém, até agora, nada saiu do papel, tornando as maquetes meras frustrações coletivas.

O problema do país, no meu ponto de vista, é a ansiedade muito parecida com a de um jovem afobado, que com animo e vontade voraz que a juventude proporciona, cria uma atmosfera de que o projeto ficará pronto da noite para o dia, sem contar com problemas naturais, custos, viabilidade, etc. O Brasil apressado quer tudo construído sem ao menos executar o assentamento de um único tijolo.

O meu pai, um senhor com muita sapiência, já comentava que todo mundo quer a casa pronta, mas ninguém assenta um tijolo, nem ao menos encosta um tijolo no outro, tornando o tempo um aliado, fazendo com que a construção seja um amigo e não um inimigo. O sonho do Brasil afobado deveria ser a conquista do primeiro tijolo assentado e não de um projeto pomposo que dificilmente sairá do papel.

A ansiedade de ver o tamanho das construções e a impotência que as ações coíbem a avidez da execução frustra os sonhos e a calma torna-se lentidão, a pressa torna-se afobação. O Brasil deve aprender a fazer uma coisa de cada vez, com calma, zelo e qualidade.

Mas o tempo vai esvaindo e nada vai sendo feito, o desespero começa a tomar conta e no fim tudo vai dar certo, mas com um trabalho medíocre, com valores altos e com muito desgaste do povo, seja pagando impostos, seja vendo na TV os problemas que ocorrerão através do problema de gestão e sua ansiedade perturbadora ou até mesmo corrupção.

Muitos projetos não sairão do papel porque não há visão dos gestores atuais para realizar sonhos. Os administradores conseguem ter a capacidade de criar idéias incríveis, mas totalmente incapazes de executarem obras.

É um país de engenheiros e não de pedreiros na teoria, mas de pedreiros e não de engenheiros na prática.



"Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha." Confúcio


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