Por: Júlio César Anjos
A virtude e o vício estão constantemente em conflito, gerando polarização entre a bondade e a falha daquela ou defeito deste. Essas duas palavras parecem ser antônimas, mas não são. Embora tais expressões polarizem duas ações antagônicas, o seus conceitos determinam que não sejam contrárias, mas que a falta de uma ação de certa palavra resulte na reação de outra, ou seja, a falta de virtude condiciona o vício e vice-versa.
O vício significa falha, defeito. Todo mundo tem vícios que podem ser controlados ou não; e esse controle se dá através de meditação ou medicamentos, dependendo do grau que o vício afeta a vida social do indivíduo. O vício afeta não só o cidadão que sofre de tal mal, mas também toda a sociedade a sua volta sente os efeitos que o vício fora de controle causa para um dependente deste vício. O vício vai desde os da dependência química até o workaholic – indivíduo que trabalha além do normal.
A virtude significa bondade. Todo mundo é bondoso ou tem a sua parcela de bondade. Até o demônio do Hitler, em alguns momentos, era bondoso. Mas a bondade deve ser direcionada para um fim que seja proveitoso para todos em sua volta e não uma bondade camuflada que só delibera e colabora com os seus. A virtude bem utilizada pode mudar padrões, conceitos, paradigmas e até o vício. A virtude pode destruir um vício porque o viciado está tão atolado (destruído) pelo vicio que já perdeu qualquer esperança e um carinho, às vezes, nessas horas pode mudar tudo.
Na tradução do latim as duas palavras não são antagônicas, pois antagonismo de bondade é maldade e antagonismo de falha é conserto. E é aí que essas duas palavras são antagônicas nas ações, pois um vício pode destruir uma bondade e uma bondade pode destruir um vício. Vício e virtude também não são inimigos de fato porque não se conflitam diretamente. O exemplo para elucidar é simples: um lugar que o indivíduo está inserido também não necessariamente tende às pessoas estarem direcionadas em vícios e virtudes, ou seja, na cracolândia podem existir muitas pessoas virtuosas e nos campos de monges tibetanos pode haver vários viciados.
Margaret Mead escreveu:.
“A virtude é quando se tem a dor seguida do prazer; o vício é quando se tem o prazer seguido da dor”
Perfeito. A diferença entre virtude e vício está nas ações. Uma pessoa virtuosa passa por várias provações e após isso se purifica com a consciência e o coração. O viciado busca o prazer antes de qualquer coisa a qualquer custo. Compra felicidade em uma esquina, com os traficantes e fica bitolado em alguma coisa somente virando escravo de algo que de início pode até fazer bem, mas após o encarceramento que o vício proporciona toma a alma da pessoa, moldando a pessoa de tal forma que vive pelo vício, ou seja, fica escravo do objeto que o vicia.
Vício e virtude podem caminhar juntos. Uma pessoa pode ser workaholic, não se dar conta que é viciada, e ajudar por meio de filantropia outras pessoas. Por isso destaca-se mais uma vez que vicio e virtude não são antagônicas. Até porque se fossem antagônicas de fato, o ser humano convivia com apenas um pólo e não com os dois como acontecem em alguns casos.
Vicio e virtude são nada mais do que atitudes criados pelo homem.
o vicio e destruição e a virtude e criação
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