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O Aspone Adestrado

Por: Júlio César Anjos
 
Se você é um servidor público que trabalha bastante, fique tranqüilo, a crítica não é para você, tenho certeza que a carapuça não irá lhe servir e se servir você é um dos aspones adestrados.

Concurseiros de todo o Brasil, tapem os ouvidos ou confirmem o que vou dizer. O texto não será direcionado a vocês... Agora... Mas caso consigam o que tanto lutam - que é buscar uma vaga de estatutário -, vou contar a verdadeira natureza do servidor público.

Antes de qualquer coisa quero destacar que tenho vários integrantes da minha família estatutários e no que diz respeito à ética, moral e bons costumes essa categoria trabalhadora é maravilhosa (o mundo é colorido para esse seleto grupo de servidores). A crítica vai mesmo para o sistema, as acomodações dignas de reis que a burocracia impõe ao servidor e a política enraizada dentro da corporação.

O Aspone adestrado é o estatutário acomodado com a vida rotineira e nada aventureira de uma repartição pública. Como um robô, entra no expediente no horário, faz só o que a legislação permite fazer (sem nenhuma ambição), vai almoçar, volta a fazer só o que se permite fazer e vai embora. Não há criação alguma, só há despacho documental da burocracia e nada mais.

O funcionário público é regido por leis bizonhas que o amparam de tal forma que só exoneram do cargo em casos extraordinários como roubo ou morte. O estatutário também é amputado de criar, moldar e diferenciar porque a raiz do sistema não permite tal mudança. Outro fator preocupante para essa classe profissional é a política embutida nesta associação, que trava todo o sistema que já é rígido e inflexível.

Mas por que o aspone Adestrado aceita essa situação? Simples, porque o serviço não é escravo e ao comparativo dos CBO’s, que pagam a folha na iniciativa privada, o estado cobre esses valores com a atratividade do concurso público. Em miúdos: ganha bem e trabalha pouco.

Mas por que Aspone adestrado? Aspone porque o próprio termo já diz: assessor de porra nenhuma e adestrado porque é ensinado a fazer somente o que o patrão (patente superior) quer.

Não é uma crítica destrutiva, é só um relato de alguém que também é concurseiro e busca o gozo do sistema que já está em colapso.

Enquanto não faço parte dos seus, agüente a crítica dos meus.

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