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Bolsonaro e a Manifestação: Demonstração de Fraqueza

 

Bolsonaro e a Manifestação: Demonstração de Fraqueza 


Deu no Estadão [16/03/25]: “Ato de Bolsonaro reúne 18,3 mil pessoas, menos de 2% do público previsto, aponta levantamento da USP”.

Bolsonaro, na manifestação de 16/03/25, esperava 1 milhão de pessoas e acabou levando no seu reduto apenas 18 mil pessoas às ruas. Se for analisar o tempo de divulgação, o dinheiro empenhado e as figuras públicas presentes, dá para dizer que o ato esvaziado foi um fracasso. E que mostra fraqueza do Bolsonaro como líder de massa.

Porém, esse esvaziamento das ruas não significa uma perda total de eleitores bolsonaristas. O que faz a direita finalmente entender que colocar gente na rua não significa necessariamente ganhar eleição.

Já foi falado inúmeras vezes neste blog que o Fernando Henrique Cardoso ganhou duas eleições no 1º turno contra o Lula sem conseguir encher uma Kombi. E Lula ganhou do Bolsonaro colocando menos gente na rua do que o líder da extrema-direita.

Pode não parecer, mas o público nota, taciturnamente, os vacilos em não agir quando deveria, sobre as contradições e a hipocrisia entre falar uma coisa e depois fazer outra. Todas essas discrepâncias geram enfraquecimento em qualquer político que seja, até mesmo os líderes de massa porque as agressões ao próprio público não cessam.

Além disso, Bolsonaro não percebeu o seu enfraquecimento ao fazer tais agressões ao próprio público por causa das Big techs. Como as redes sociais dão um feedback que dá a impressão que tudo o que o líder está fazendo está certo, o fato é que essas interações nas redes sociais são apenas uma bolha, cuja tem até mesmo manipulação de audiência provocada por bots.

Essa explosão na rede causa uma artificialização o que engana a percepção de quem está sempre sendo protegido e aplaudido em seus perfis pessoais. Bolsonaro olhou para as suas redes sociais que sempre possuem mais de 10 mil curtidas, com os podcasts bombando e pensou: “vou lotar a rua”. Não lotou.

Deve-se analisar, também, o apelo da manifestação. O 7 de setembro de 2021, por exemplo, foi o conhecido: “Eu autorizo”, cujo o público autorizava Bolsonaro dar um golpe naquele instante. A 2ª manifestação, também com um apelo muito grande, foi o 7 de Setembro de 2022, em que visava a reeleição do líder da direita.

Agora, a organização da manifestação ao invés de buscar um apelo contra o Lula, em que o Bolsonaro mostraria a todos que bate de frente contra o petismo, impõe anistia - pauta que o próprio público não quer.

Anistia é contradição porque confessa que os baderneiros cometeram crimes no 8 de Janeiro, sendo que o público da direita prega o bandido bom é bandido morto, além de não ser uma abordagem ampla, em que até mesmo quem não seja bolsonarista queira aderi-la.

Independente do Bolsonaro ser substituído como líder da direita, as bandeiras de defesa aos militares [nacionalismo e segurança] e aos religiosos irá continuar com força. Quem dominar essas bandeiras como líder da direita já garante ao menos a ida para o 2º turno da eleição presidencial.

Além disso, o que é muito importante para este segmento, Bolsonaro mostra que faz tenebrosas negociações com o Kassab, o que faz o público de direita duvidar sobre a lealdade do Jair, pois já chegou até falar em público que é do Centrão. E o direitista tem pavor do Centrão.

Outra situação que incomoda alguns “patriotas” são os símbolos. Porque parece que o patriota religioso não quer mais prestar vassalagem aos EUA, ao ver até mesmo a bandeira do império hasteada nas manifestações, além da bandeira de Israel, em que os judeus não acreditam que Cristo foi um salvador – muito menos que foi um Deus.

 Este público diminuto de 16 de Março de 2025 não faz pressão para demitir nem mesmo um estagiário do judiciário, quanto mais fazer qualquer cocega contra um ministro do STF. Porque o problema de um fracasso ao chamar o próprio público que não comparece, e isso serve desde artista renomado até o PAPA, é que o ato esvaziado é demonstração de fraqueza.

 Porém, o Bolsonaro, embora seja um dos políticos mais rejeitados do Brasil, ainda tem seus 20% de eleitorado fiel. Mas a cada contradição, vacilo e hipocrisia, este público fiel cai conforme vai passando o tempo.


Bolsonaro: Flopou



 

Fonte: 

https://www.estadao.com.br/politica/ato-de-bolsonaro-reune-183-mil-pessoas-menos-de-2-do-publico-previsto-aponta-levantamento-da-usp/

 

 

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