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A Política Muda Porque é Cíclica

A Política Muda Porque é Cíclica

 

Em 2022, ano da eleição presidencial, a militância petista fez uma música para provocar o Bolsonaro: “O arroz tá caro, o feijão tá caro, traz de volta o Lula e manda embora o Bolsonaro”. Hoje, em 2025, o bolsonarismo, para provocar o petismo, apenas inverteu a lógica da canção: “O arroz tá caro, o feijão tá caro, manda embora o Lula e traz de volta o Bolsonaro”. Isso porque a política é cíclica.

Os problemas estruturais do Brasil, como, por exemplo, a inflação, não são cíclicos, os problemas sociais de desigualdade também não. Mas a política é cíclica porque os infortúnios podem até ser os mesmos, mas trocam de mãos.

Por mais que o Sistema queira manter o Status Quo, cujo tudo permaneça igual no congresso nacional, em que o esforço é feito para que todos os que já estão exercendo os cargos parlamentares continuem as atividades legislativas em várias eleições, há sempre o desgaste natural. E esse desgaste gera uma renovação, mesmo que ela seja pequena.

Quando se diz: a eleição anterior só teve “30% de renovação”, esse número parece pouco, mas não é. Porque essa mudança pequena faz uma mudança gigantesca no modo de pensar, sobre quem ingressou e quais grupos políticos cresceram e encolheram em determinada eleição. E se for muito profunda a mudança, mexe até com o espírito do tempo: O Zeitgeist.

A mudança não é abrupta, mas sempre existe nas eleições.

Para ver que cada eleição é diferente um da outra, ninguém imaginaria que os dois lideres populistas, Lula e Bolsonaro, cujos ficaram grandões na eleição de 2022, agora, em 2025, o Lula está com alta rejeição e o Bolsonaro enfraquecido por não colocar multidões nas ruas.

Na eleição de 2022, a polarização de populistas não deixou espaço para que um terceira força terminasse a eleição com dois dígitos e surgisse para fazer pressão aos populistas em questão.

Só que 2026 não irá repetir 2022, embora Lula e Bolsonaro queiram isso. Muito provavelmente uma terceira força terminará a eleição ao menos capturando dois dígitos [acima de 10%] dos votos válidos na eleição. Mais ou menos como o efeito Marina Silva em 2014.

Ou seja, 2026 tende a ser um repeteco de 2014, sendo diferente de 2022, o que mostra que a política é cíclica.

A eleição, como sempre foi mencionado neste blog, é uma descompressão. E, por sê-la, há uma espécie de altar de sacrifício em que algum grupo político é castigado na urna. Porque a urna pune.

E muito provavelmente quem mais será punido serão os grupos do Centrão. Com certeza perderão cadeiras no congresso devido ao mau humor que o eleitorado sempre tem na eleição.

O Centrão tem o bônus de ganhar poder ao ser o moderador político. Mas isso é ao mesmo tempo o ônus porque faz ter rejeição e a população castigar na urna. Porque se o povo odiar um grupo político, este grupo pode colocar bilhões em investimento eleitoral que mesmo assim o povo irá rejeitar.

O PSDB estará nesta terceira via, embora não como liderança, porém como base de apoio desta alternativa. E tende a crescer eleitoralmente em 2026. Porque os Tucanos já pagaram todos os pecados que tinham que pagar. Além disso, o povo rejeitou o PSDB nas últimas eleições ao acreditarem em charlatões, mas a vida destes cidadãos não melhorou, o que mostra que o eleitor foi induzido ao erro. E foi.

A sociedade também sabe que é bom ter uma terceira força até mesmo para colocar pressão na polarização. é uma espécie de ameaça de substituição, caso um dos entes polarizadores não atendam as necessidades da população. É bom ter uma terceira força como reserva técnica.

Portanto, por mais que seja pequena, há mudança nas eleições. A política Muda Porque é Cíclica.


O Arroz e o Feijão estão caros. Mas o problema ao menos mudou de mão.




 

 

 

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